sexta-feira, 13 de abril de 2012

Fossas Marianas


Enquanto milhares de alpinistas conseguiram escalar o Monte Everest, o ponto mais alto da Terra, apenas três pessoas desceram ao ponto mais profundo do planeta, a Fossa das Marianas do Oceano Pacífico.
Localizada no Pacífico Ocidental a leste das Filipinas e a uma média de aproximadamente 124 milhas (200 quilômetros) a leste das Ilhas Marianas, a Fossa das Marianas é uma "cicatriz" em forma de meia lua na crosta da Terra, que mede mais de 1.500 milhas (2.550 quilômetros) de comprimento e 69 quilômetros de largura em média. A distância entre a superfície do oceano e o ponto mais profundo da fossa - chamado de Deep Challenger, que fica a cerca de 200 milhas (322 quilômetros) a sudoeste do território americano de Guam - é de quase 7 milhas (11 quilômetros). Se o Monte Everest fosse lançado na Fossa das Marianas, o pico ainda estaria mais de 1,6 quilômetros debaixo d'água.
A Fossa das Marianas é parte de uma rede global de depressões profundas que atravessam o oceano. Elas se formam quando duas placas tectônicas colidem. No ponto de colisão, uma das placas mergulha debaixo da outra no manto da Terra, criando uma fossa oceânica.
As profundezas da Fossa das Marianas foram sondadas pela primeira vez em 1875 pelo navio britânico H.M.S. Challenger como parte do primeiro cruzeiro oceanográfico global. Os cientistas do Challenger registraram uma profundidade de 4.475 braças (cerca de cinco milhas, ou oito quilômetros). Em 1951, o navio britânico H.M.S. Challenger II retornou ao local com uma eco-sonda e registrou uma profundidade de cerca de 7 milhas (11 quilômetros).
A maior parte da Fossa das Marianas é agora uma zona protegida dos Estados Unidos como parte do Monumento Nacional Marinho da Fossa das Marianas, criado pelo presidente George W. Bush em 2009. As autorizações para pesquisas no monumento, incluindo o Sirena Deep, têm sido asseguradas pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA. As autorizações para pesquisa na Challenger Deep têm sido asseguradas pelos Estados Federados da Micronésia.
Mergulho Histórico
Devido à sua extrema profundidade, a Fossa das Marianas é envolta em perpétua escuridão e a temperatura é de apenas alguns graus acima de zero. A esmagadora pressão da água no fundo da fossa é de oito toneladas por polegada quadrada - ou cerca de mil vezes a pressão atmosférica padrão no nível do mar. A pressão aumenta com a profundidade.
A primeira e única vez que seres humanos desceram ao Challenger Deep foi a mais de 50 anos atrás. Em 1960, Jacques Piccard e o tenente da marinha Don Walsh atingiram esta meta em um submarino da Marinha dos EUA, um batiscafo chamado Trieste. Depois de uma descida de cinco horas, a dupla passou apenas 20 minutos no fundo e não puderam tirar nenhuma foto devido as nuvens de lama e sedimentos provocadas por sua passagem.
Até o mergulho histórico de Piccard e Walsh, os cientistas debatiam se poderia existir vida sob pressão extrema. Mas no fundo, as luzes do Trieste iluminaram uma criatura que Piccard pensou ser um peixe-chato, um momento que Piccard viria a descrever com entusiasmo em um livro sobre sua jornada.
"Aquilo, era a resposta que os biólogos esperaram por décadas", escreveu Piccard. "Poderia existir vida em grandes profundidades do oceano? Poderia!"
Esperança nas Profundezas
Embora a expedição Trieste não tenha deixado quaisquer dúvidas de que poderia existir vida na Fossa das Marianas, cientistas ainda sabem muito pouco sobre os tipos de organismos que residem lá. Na realidade, alguns questionam se o peixe de Piccard era na verdade uma forma de pepino do mar. Pensa-se que a pressão é tão grande que o cálcio não pode existir excepto em solução, de modo que os ossos de animais vertebrados seriam literalmente dissolvidos. Sem ossos, sem peixes. Mas a natureza também tem mostrado aos cientistas a sua notável capacidade de adaptação. Então, existem peixes nessa profundidade? Ninguém sabe, e este é o ponto principal do projeto DEEPSEA CHALLENGE, encontrar respostas para essas questões fundamentais.
Nos últimos anos, dragas e submarinos não tripulados tem vislumbrado organismos exóticos como anfípodes e estranhos animais translúcidos chamados de holotúrias. Mas os cientistas dizem que há muitas espécies novas à espera de descoberta e muitas perguntas sem respostas sobre como os animais podem sobreviver nessas condições extremas. Os cientistas estão particularmente interessados ​​em microorganismos que vivem nas profundezas, o que eles dizem que poderiam levar a avanços em biomedicina e biotecnologia.
Os habitantes microscópicos da Fossa das Marianas podem até mesmo esclarecer o surgimento da vida na Terra. Alguns pesquisadores, como Patricia Fryer da Universidade do Havaí, têm especulado que a serpentina dos vulcões de lama localizadas perto das fossas oceânicas poderia ter fornecido as condições adequadas para as primeiras formas de vida do nosso planeta. Além disso, estudar as rochas de fossas oceânicas poderia levar a uma melhor compreensão dos terremotos que geram os poderosos e devastadores tsunamis vistos ao redor da costa do Pacífico, dizem os geólogos.
Deepsea Challenge
A Deepsea  Challenge, uma expedição organizada por James Cameron em parceria com a National Geographic, teve como meta levar Cameron às profundezas da Fossa das Marianas.
Em 26 de março de 2012, James Cameron desceu sozinho até o fundo da Fossa das Marianas em um submersível co-projetado por ele, sendo a terceira pessoa a chegar ao ponto mais profundo do planeta.
Apesar de ser mais conhecido por dirigir filmes como Titanic e Avatar, Cameron é um ávido explorador com 72 mergulhos em submersíveis - 51 dos quais foram em submersíveis russos a profundidades de até 16.000 pés (4,877 metros), incluindo 33 para o Titanic.
http://www.terraselvagem.com

Um comentário:

  1. Que loucura isso eu amo este artigos mas gostaria de mais detalhes sobre a profundeza do mar. Marcos Rodrigues

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