sexta-feira, 29 de abril de 2011

DINHEIRO E PODER, PODER E DINHEIRO.

Levanta-se a questão de que dinheiro não é a raiz dos problemas, mas o poder. Uma tentativa interessante de alterar o foco dos problemas concretos para um lado mais abstrato ainda não totalmente esclarecido.
(O que é poder? Várias definições, vários níveis, nada concreto)

A primeira forma de analisar a jogada é que o dinheiro causa problemas em todos os níveis da esfera humana, seja na macroeconomia mundial até a microeconomia familiar. Já o poder não tem um padrão. Mesmo o poder dos pais acima dos filhos por hierarquia está hoje desvirtuado. Isso mostra que o poder é volátil e relativo às condições do ambiente, portanto não é uma causa, mas conseqüência.

Sistema Poder e Dinheiro:
Poder e dinheiro para existir é preciso que haja consenso. Se uma pessoa consente em ceder seu poder à outra, então temos a acumulação de poder. Poder corrompe, portanto teremos abuso de poder assim que as condições de ambiente falarem mais alto (ex: para ter mordomias e tempo livre, as antigas sociedades viviam com trabalho escravo. Em uma cidade a população escrava expressivamente superior a considerada cidadã, como exemplo, Roma).

Assim que o poder demanda mais poder, ele precisa de ferramentas. Vem o dinheiro como ferramenta de acumulação e abuso de poder. Hoje, o sistema dinheiro e poder está tão sofisticado que nem notamos sua presença, mas esta evidente: Temos “obrigações” a realizar. Obrigações nada mais são que você ceder o seu poder pessoal a alguém, direta ou indiretamente.

Sendo o poder volátil, mas transferível, temos que destacar que o problema não está na existência do poder, mas na sua concessão. Para melhor visualização, tomem cada ser humano como se fossem unidades natas com 10 de poder. Se alguém no mundo (como presidentes, generais, juízes etc.) tem hoje 1000 de poder, é porque pelo menos 1000 pessoas cederam 1 de poder para ele.


A necessidade de poder:
O poder só é necessário em condições de escassez. Para que alguns pudessem ter mais que outros foi necessário a arquitetagem e uso do poder. Não dinheiro, mas recursos.

Inicialmente terras férteis, arvores e cursos de água foram objeto de lutas entre humanos, devido a sua falta de conhecimento sobre o tamanho do mundo, por condições limitantes geográficas (como habitantes de regiões cercadas de água que temiam ir alem e “cair no limite da terra”) ou climáticas (geadas, glaciação), por sua falta de tecnologia avançada que permitiria novas possibilidades.

Esse principio de escassez norteou a mente humana por centenas de milhares de anos, ate que ele começasse a viver em cidades e iniciar a gestação da civilização, ha aproximadamente 10 mil anos atrás.

O que são 10 mil anos de estruturação civil evolutiva perto de quase 200 mil anos vivendo a deriva da natureza em cavernas? Esse conceito de escassez está fortemente programado em nossa mente, e com o passar dos tempos fomos apenas o sofisticando para servir melhor aos interesses dos sistemas sociais.

Dinheiro hoje:
Hoje temos o dinheiro, antiguíssima invenção que permitiu o controle dos recursos por uma crescente sociedade humana para que não as esgotasse permanentemente. Sinto dizer aos amantes do dinheiro que ela está obsoleta, e atualmente atrasando o próximo passo da civilização. Temos hoje a tecnologia avançada, que nos permite ir ate onde muitos sequer sonham, mesmo sendo contemporâneo delas.

A analogia do impacto do dinheiro na sociedade atual:
“Estamos atualmente a andar montado em lombos de jegues, quando poderíamos estar cortando os céus em um F-22.”


Establishment:
Sempre que algo se organiza e tem certa estabilidade na vida humana, temos a tendência de mantê-lo como está e negamo-nos a mudá-lo. Na sociedade não é diferente, sendo um sistema humano, a sociedade tende a lutar contra mudanças, mesmo sabendo de seus benefícios, mesmo sabendo que sem mudança haverá serias conseqüências.

Em comparação tomamos os conselhos médicos. A pessoa vai ao medico e ele alerta: “Seu estilo de vida, sua alimentação e seus hábitos vão lhe levar a morte em meses! Mude-os o quanto antes!”
As estatísticas mostram que 1 em 10 mudam, mesmo sabendo do risco de morte.

[O por quê que isso acontece necessita toda uma análise psicológica que não cabe aqui nesse momento, mas se for demandado poderá ser postado futuramente]

Temos essa resistência contra mudanças. Criamos à preguiça, o conformismo, as desculpas, e achamos melhor ficar do jeito que está e lidar com as terríveis conseqüências (e lá ficar reclamando e se flagelando e pedindo a deuses misericórdia) do que se auto motivar, enfrentar o comodismo e encarar a mudança. Não queremos pisar fora da zona de conforto sozinhos, que dirá em grupo.

Pra piorar, através do estabelecimento de poderes de alto nível, temos uma resistência ainda maior em mudanças. A esse poder estabelecido, que normatiza e resiste a mudanças damos o nome de Establishment.

Mudança:
A mudança então cabe a 1% de determinados que não se opõem a mudança, alias, vêem na mudança o desafio faltante em sua vida e o acham excitante. Infelizmente esse tipo de pessoa é raro, mas foi esse tipo o responsável por todas as grandes mudanças na sociedade atualmente. A isso se dá o nome de Teoria do 1%. Às vezes se consegue arrastar mais pessoas, porem geralmente o restante das pessoas só se unirão ao 1% assim que virem que o “barco realmente andou”.

Texto por: Silvio Furtado – São Luis, MA

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