Esteve em São Paulo na semana passada Mark Zuckerberg, presidente e CEO do Facebook, a maior rede social do mundo. Com apenas 25 anos, é um dos jovens mais bem-sucedidos nos EUA e tem viajado pelo mundo anunciando novidades no site e procurando atrair novos usuários especialmente entre os adolescentes, que cada vez mais usam redes sociais para se comunicar. É uma jogada inteligente, já que esses “teens” serão em breve os futuros usuários adultos de um Facebook que não para de evoluir.
Claro que esse poder todo já despertou o apetite comprador da Google (dona do Orkut). Em outubro de 2007, a gigante cogitava em comprar o Facebook, pois mais do que uma rede social considerava-o uma enorme fonte de dados pessoais, já que seus usuários se cadastravam com seus nomes reais e se ligavam a seus amigos verdadeiros, montando uma gigantesca e valiosa malha de relacionamentos. Mas a intenção foi frustrada por uma ação mais rápida da Microsoft, que investiu US$ 240 milhões por uma fatia de 1,6% do Facebook, significando que atribuía ao site o elevado valor de US$ 15 bilhões. Valores exagerados, mas é assim que funciona essa indústria exagerada…
Na verdade, diz o mercado, a Google nunca teve chance de comprar o Facebook – a Microsoft sempre foi sua parceira preferida. As conversas com a Google teriam servido apenas para elevar o preço ao negociar com a empresa de Redmond. Em vez de se associar à Google, os cabeças do Facebook ousavam algo maior – enfrentar o gigante das buscas. Se ao longo da última década a web foi definida pelos métodos de busca do Google, com suas equações capazes de destrinchar a rede, os cérebros do Facebook anteviam uma web mais personalizada, em que a rede pessoal de cada usuário seria a fonte primária de informações. Isso significaria uma revolução na forma com que navegamos no mundo online, uma configuração que deixaria o Facebook no centro do processo, exatamente onde fica o Google atualmente.
Todos sabem que mais cedo ou mais tarde as duas empresas vão colidir. Aliás, o Facebook já roubou vários funcionários da Google – cerca de 9% de seus empregados já trabalharam por lá. Elas já andaram também se bicando no campo das possíveis aquisições – como no caso do Twitter, por exemplo, que já foi cortejado por ambas.
Segundo a revista “Wired”, a equipe pensante do Facebook traçou um plano de longo prazo para mudar a forma com que a web é organizada. O primeiro passo seria criar massa crítica, estabelecendo quase uma segunda internet em paralelo à rede tradicional, com todos seus dados pessoais saturando um total estimado hoje em cerca de 40 mil servidores. O passo seguinte seria redefinir o conceito de busca online, com os usuários apelando para seus amigos quando precisassem de indicações de sites específicos, algo que até já está acontecendo, a julgar pelo volume de tráfego para sites externos ao Facebook originado nele. A terceira etapa seria colonizar a web, com os usuários acessando suas redes particulares do Facebook sem necessariamente precisarem se logar no site, mas por meio de milhares de sites ou aplicações parceiras, continuamente alimentando ainda mais os servidores da empresa. E o quarto passo seria vender anúncios direcionados a cada usuário por meio da rede de parceiros, isso se esses mesmos usuários não se revoltarem com esse uso de seus dados pessoais.
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