O
suicídio era, tradicionalmente, um tema de tabu nas sociedades
ocidentais, o que o levou a ser omitido em várias situações, só
piorando o problema. Mesmo após as suas mortes, as vítimas de
suicídio não eram enterradas próximo das outras nos cemitérios.
Hoje é
sabido que se pode dar grandes passos para a redução das taxas de
suicídio, começando por aceitar as pessoas tais como são, acabando
com os tabus sociais, falando sobre as ideias de suicídio que as
acometem. Só o fato de falarem sobre o que sentem ajuda-as a atenuar
o seu nível de angústia e sentimento de isolamento. Conscientes
disso, estimular o desabafo é sempre a postura dos voluntários
cevevianos.
Normalmente
se consegue lidar razoavelmente bem com problemas de stress e
isolamento ou acontecimentos e experiências traumáticas, mas quando
há um acúmulo de tais situações essa capacidade é levada a um
limite extremo de tolerância. A tensão ou trauma gerado por um dado
acontecimento varia de pessoa para pessoa, dependendo da sua
experiência e de como percebe esse fato em particular. Algumas
pessoas são mais ou menos vulneráveis a acontecimentos particulares
de trauma, e outras podem considerar determinadas situações
dolorosas como uma vivência positiva para o crescimento.
Há
diversos fatores que podem levar uma pessoa ao suicídio. São de
ordem psicopatológica, pessoal, psicológica e social.
Psicopatológicas
1.
Depressão endógena, esquizofrenia, alcoolismo, dependência de
drogas e distúrbios de personalidade.
2.
Modelos suicidas: familiares, pares sociais, histórias de ficção
e/ou notícias veiculadas pela mídia.
3.
Comportamentos suicidas prévios.
4. Ameaça
ou ideação suicida com plano elaborado.
5.
Distúrbios alimentares (bulimia).
Pessoais
1. Ter
entre 15 e 24 anos ou mais de 45.
2. Morte
do cônjuge ou de amigos íntimos.
3.
Presença de doenças de prognóstico reservado (HIV, câncer, etc.).
4.
Hospitalizações frequentes, psiquiátricas ou não.
5.
Família desagregada: por separação, divórcio ou viuvez.
Psicológicas
1.
Ausência de projetos de vida.
2.
Desesperança contínua e acentuada.
3.
Culpabilidade elevada por atos praticados em experiências passadas.
4. Perdas
precoces de figuras significativas (pais, irmãos, cônjuge, filhos).
5.
Ausência de crenças religiosas.
Sociais
1.
Habitar em meio urbano.
2.
Desemprego.
3.
Migração.
4. Acesso
fácil a agentes letais, tais como armas de fogo ou pesticidas.
5. Estar
preso.
É
evidente que alguns assuntos poderão nunca ser completamente
resolvidos com o apoio, mas um voluntário poderá ajudar através da
Abordagem Centrada na Pessoa, contribuindo para que a pessoa de
ideação suicida descubra que viver ainda é a melhor saída.
Guido /
São José dos Pinhais (PR)
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